AOFA participou em colóquio internacional sobre a situação dos reformados organizado pela APRe!
A AOFA participou, como organização convidada, através da presença do CMG Sequeira Alves membro do Conselho Nacional e do Secretariado, no colóquio internacional da APRe subordinado ao tema “OS REFORMADOS NA EUROPA – QUE POLÍTICAS DE INVESTIMENTO SOCIAL?” que teve lugar em Lisboa.

Além da presença cerca de cerca de 1000 associados da APRe (alguns vindos do norte, centro e sul do pais), intervieram os seguintes oradores:
– José Vieira da Silva – Tema: Os sistemas de pensões em Portugal, onde estão os riscos?
– Konstantine Siakoulis (Grecia) – Tema: A crise económica e o seu impacto nas pensões dos reformados. Conseguirão sobreviver?
– Stavros Vardalas (Grecia) – Tema: A qualidade de vida dos reformados após a crise e o seu futuro.
– Richard Wassell ( Reino Unido) – Tema: As pensões no Reino Unido – planear em tempo de convulsões socio-economicas e demográficas
– Raquel Varela (Portugal) – Tema: Mitos e realidade sobre a sustentabilidade da segurança social em Portugal
– Antoine Remond ( França) – Tema: Reforma das reformas: que efeitos?
– Antonio Alfonso Faus e Maria Cecília Arbelaez ( Espanha) – Tema: Situação actual e futuro das reformas em Espanha – Proposta para um investimento social a nível europeu
– Antonio Capucho (Portugal) – Tema: Reforma do Sistema, mas não ao confisco
– Mario Zambujal e Maria do Rosario Gama (Portugal – Jornal Senior e Presidente da APRe) – Conclusões
O colóquio contou com uma participação activa e significativa por parte dos associados presentes.
Foram consideradas como principais ideias e conclusões do evento, as seguintes :
– Posta em causa a ideia que o Governo propala sobre a sustentabilidade da Segurança Social, uma vez que as alegadas dificuldades financeiras não resultam propriamente do sistema de financiamento da mesma, mas sim de utilização pelo Estado, para fins diferentes, das suas verbas, quando aquela tinha fortes excedentes e que se o crescimento económico do pais se mantiver recessivo ou anémico, toda a economia irá afundar, e não só as pensões. Que a questão demográfica é uma realidade que só muito lentamente poderá ser invertida, mas que a sua implicação nas pensões é muito menor que aquilo que é colocado como ameaça, sendo muito mais grave as despesas que são mobilizadas face à existência de um forte nível de desemprego. Que a existência de um nível de pensões dignificadas, teria uma importância significativa para o evitar de um afundamento maior da economia, pelo crescimento e consumo interno que induzem
– Que a questão da dignificação das pensões é uma peça fundamental da coesão social face aos apoios intergeracionais que elas permitem, numa situação de crise de crescimento e de emprego
– Que a unidade de esforços a nível europeu entre as organizações de reformados em especial dos paises do sul da Europa é fundamental para a defesa dos seus interesses numa escala mais ampla, sendo de realçar que essa unidade deve ultrapassar questões de ordem partidária e ideológica (o sistema de estado social europeu foi construído de forma cooperante por todas as correntes politicas e ideológicas) e centrar-se na defesa do direito a condições de dignidade da vida daqueles que ao longo das suas carreiras contributivas e esforço de trabalho, merecem que a sociedade os considere, e que nesse processo as gerações mais novas possam recuperar a confiança no sistema democrático e no estado social.
– Que deve ser considerada uma demanda ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, tendo em vista a sua intervenção no direito dos reformados a manterem a justa retribuição do esforço contributivo de toda a sua vida de trabalho.
– Pedido de audiência da APRE junto do Parlamento Europeu, para denúncia das acções negativas e violadoras do estado de direito, que estão a ser desenvolvidas pelo Governo Português
– Recusa da APRe em que se crie um partido de reformados, pois tal iniciativa em vez de contribuir para a coesão inter-geracional acentuaria as clivagens sociais
– Continuação dos esforços para ampliar a adesão à petição à AR rejeitando os cortes nas pensões e pedindo auditoria às contas da CGA e Segurança Social, apesar de o numero de assinaturas requerido já ter sido alcançado.
– Continuação deste tipo de iniciativas como forma de consolidar o espaço que a APRe veio ocupar junto da população reformada e reforçar a sua credibilidade como organização autonoma