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AOFA participou na homenagem da CM Santarém a Salgueiro Maia

Como vem sendo tradicional, a Câmara Municipal de Santarém relembrou, através de uma homenagem singela, mas comovente, a figura exemplar de Salgueiro Maia. A Associação foi representada pelo vogal do Conselho Nacional e Presidente eleito da AOFA, COR Manuel Cracel.

Depois da deposição de ramos de flores, discursaram, por esta ordem, o responsável pelo Núcleo de Santarém da Associação 25 de Abril, o Presidente da AOFA e, a encerrar, o Presidente da CM Santarém, Dr. Francisco Moita Flores.

Transcreve-se o discurso proferido pelo Presidente da AOFA:

Sr. Presidente da C.M. Santarém …

Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Santarém …

Sra. D. Natércia Salgueiro Maia e família,

Cidadãos, cidadãs, Camaradas

Estava longe de imaginar vir a caber-me tão elevada honra quando me propuseram representar a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) na homenagem a um camarada que, um dia, juntamente com outros, igualmente militares, pegou em suas mãos a ingente responsabilidade de rumar em busca da liberdade do povo a que pertencia.

Bem-haja Sr. Dr. Francisco Moita Flores, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, por ter propiciado à AOFA e, por essa via, proporcionar-me a mim próprio, esta oportunidade que qualquer português amante da liberdade, bem gostaria de poder viver tal como eu estou a viver neste momento.

A participação activa da AOFA nas comemorações públicas e populares do 25 de Abril, inscreve-se como um gesto de adesão e respeito por um acontecimento recente da nossa história contemporânea aos olhos do interesse nacional, constituindo expressão também, da participação cívica dos militares numa sociedade que querem ver livre e democrática.

Na figura do nosso camarada SALGUEIRO MAIA a AOFA homenageia todos os militares que, no respeito pelo seu Código de Honra, foram capazes de assumir a ruptura com o opressor Regime Político de então, e de devolver a liberdade e a possibilidade de livre escolha do seu destino ao povo português, recolocando Portugal no mundo, de que havia sido arredado havia longos e penosos anos.

Nos dias conturbados que vivemos e em que se multiplicam modelos de comportamento de duvidosa aceitação, é oportuno destacar o exemplo de abnegação e altruísmo dos militares que desencadearam o golpe militar, portadores de valores em que, a ética, a dignidade, solidariedade e o sentido de justiça social sobressaíam, os quais, hoje, bem gostaríamos de ver recuperados, de tão ausentes, para que a democracia pudesse sê-lo funcionando e verdadeiramente sentida pela sociedade, como certamente era seu desejo.

Abdicando de prebendas e sinecuras, constituindo-se como expressão contrária do que infelizmente hoje é frequente realidade, recordamos, por isso, com mais veemência ainda, a grandiosidade de carácter, a generosidade e o desprendido sentido ético do dever, do Capitão SALGUEIRO MAIA.

Soe dizer-se que um homem vale pela mulher que tem. Sendo o inverso igualmente verdadeiro, importa aqui relevar o mérito e agradecimento que o Salgueiro Maia certamente dispensaria à sua companheira de sempre, a Sr.ª D. NATÉRCIA SALGUEIRO MAIA, à qual, decerto, agradeceria o ter contribuído para o homem que foi e, por via disso, ter partilhado também uma quota-parte de responsabilidade na gesta heróica do 25 de Abril.

Bem-haja, SR.ª D. NATÉRCIA SALGUEIRO MAIA, exemplo de mulher e personificação de todas as que, como ela, lutaram e lutam para que esse dia pudesse vir a acontecer e lhe seja dada continuidade.

A Associação de Oficiais das Forças Armadas e outras Associações profissionais Militares, filhas relativamente recentes do sonho de liberdade e democracia, concretizado 37 anos atrás, são prova viva de que a coragem dos que se agigantaram na conquista de futuro melhor para a sua pátria, mereceu a pena. São prova também de que construção da democracia não é tarefa fácil, pois continuam, hoje ainda, a lidar com dificuldades na sua acção, resultantes de atávicos e infundados receios, por parte de quem continua agarrado a conceitos e preconceitos que condicionam e limitam o verdadeiro exercício da cidadania.

Sr. Presidente:

Podemos e devemos enaltecer os nossos heróis.

Bem-haja pela iniciativa que, esperamos, perdure no tempo, maneira de trazer à memória de todos um sonho que alguns acalentaram, mas que ainda muitos se esforçam por fazer calar.

Ocupando o Senhor um lugar privilegiado junto das gentes que optou por servir, a melhor forma de honrar e prestar homenagem ao nosso Salgueiro Maia e a todos os que, com ele, acalentaram o sonho de ver a democracia verdadeiramente exercida, é, na medida em que esteja ao seu alcance, fazer do 25 de Abril uma data repetida todos os dias na busca de mais e melhor democracia, seja ela política, seja nas suas vertentes económica e social, aspectos que, atenta a situação a que nos conduziram, se configuram ainda como mais urgentes.

Viva o 25 de Abril e os ideais que o tornaram possível!

Viva a democracia e a liberdade!

Viva PORTUGAL!

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