AOFA presente na Romagem ao túmulo do Comendador José Barata
José Barata integrou a Revolta dos Marinheiros de 8 de Setembro de 1936, contra o regime, esteve preso vários anos na colónia penal do Tarrafal (Cabo Verde) e foi reabilitado depois de 25 de Abril de 1974, sendo agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade. A Associação de Praças perpetua, muito justamente, a sua memória, e promoveu uma romagem ao seu túmulo, a que se associaram as Associações Profissionais de Militares, Clubes de Sargentos e de Praças da Armada e outras organizações. A AOFA foi representada pelo Vogal do Conselho Nacional, Coronel Tasso de Figueiredo.
![]() A cerimónia decorreu no cemitério de Oeiras, com a presença de um terno de clarins da Marinha que proporcionou uma solenidade comovente à Romagem. Usaram inicialmente da palavra o Presidente da AP e o Presidente da ANS, o primeiro relembrando os factos de 1936 e a lucidez do Comendador José Barata (que reconhecia que os marinheiros tinham então perdido porque atuaram sem ligação a outras categorias), o segundo acentuando o exemplo dos marinheiros revoltados. O representante da AOFA, que conheceu pessoalmente o nosso camarada, sublinhou, nomeadamente, para além das fortes convicções, o seu profundo humanismo, que lhe permitiu chegar ao fim da vida sem rancor pelo que lhe tinha sucedido. A finalizar as intervenções, a Presidente da URAP (União dos Resistentes Antifascistas Portugueses), realçou o papel do Comendador José Barata na fundação da organização e deu conta dos esforços da mesma para que não se perca a memória dos que deram o melhor da sua vida para que fosse restituída a Liberdade aos Portugueses. A cerimónia terminou com a deposição de coroas de flores na campa do nosso camarada. Importa recordar que a revolta de 8 de Setembro de 1936, das guarnições dos navios “Dão”, Afonso de Albuquerque” e “Bartolomeu Dias”, visava a reintegração de 17 seus camaradas presos e demitidos pelo regime. José Barata foi preso quando tinha 20 anos, permaneceu no Tarrafal 11 anos e a sua prisão perpetuou-se por mais 5 anos na Penitenciária de Lisboa, no Limoeiro e no Forte de Peniche. |