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AOFA presente no acto de lançamento da obra “O Jornalismo Português e a Guerra Colonial”

A cerimónia decorreu, em Lisboa, num dos auditórios da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), tendo a AOFA sido representada no acto pelo Presidente do Conselho Nacional, Tenente-Coronel António Costa Mota e pelo Vogal do Conselho Nacional e Membro do Secretariado, Coronel José Gonçalves Novo. A obra da jornalista e ex-Militar da Força Aérea, Sílvia Torres, retrata com grande profundidade e rigor histórico, baseado em entrevistas e depoimentos “na primeira pessoa” a muitos dos intervenientes, as relações entre os jornalistas, repórteres e fotógrafos e os Militares Portugueses que intervieram nos vários teatros de operações da “Guerra Colonial” e as enormes dificuldades sentidas na divulgação das reportagens em face do ambiente hostil de censura e pressões exercidas pelo “Estado Novo”.

Num auditório praticamente cheio da FCSH e onde na audiência foi evidente a presença de muitos Militares que actuaram nos vários teatros de operações em Angola, Moçambique e Guiné, muitos deles “Capitães de Abril”, mas onde igualmente a presença de grandes nomes do Jornalismo Português (Joaquim Furtado, Cesário Borga e Joaquim Letria, entre muitos outros) se fizeram notar, a cerimónia, extremamente interessante, decorreu em ritmo vivo e participado.

Iniciou a ronda de intervenções o representante da Editora “Guerra e Paz” dando as boas-vindas a todos os presentes e prosseguindo agradecendo à autora o facto de ter seleccionado a “Guerra e Paz” para “levar à estampa” esta importante obra, facto que, “em muito enriquece o catálogo da Editora”.

Seguiu-se uma breve mas muito elucidativa alocução por parte do orientador do doutoramento, em curso, de Sílvia Torres, autora do livro, ele próprio também referindo as dificuldades evidentes que na altura se verificavam com a chegada das notícias sobre a “Guerra Colonial”, derivadas de fortes constrangimentos impostos pela censura, orientações precisas e evidentemente deturpadoras da verdade por parte do “Estado Novo” e mesmo muitas pressões para que “a mensagem” a passar fosse a de que se tratava de uma guerra justa em face dos ataques a que as “Colónias Portuguesas” estavam a ser sujeitas.

Coube ao Coronel Carlos Matos Gomes, Militar com comissões nos vários teatros de operações de Angola, Moçambique e Guiné, fazer a apresentação do livro tendo seguido para o efeito um guião extremamente interessante só possível a quem “viveu tudo por dentro”. Foram apresentadas diversas histórias que ilustraram por um lado o que realmente se passou em diversas das operações e, por outro, das vivências dos Militares com os Repórteres e Jornalistas que os acompanhavam, confirmando-se os enormes esforços de trabalho e rigor jornalístico efectuado mas também, o que não constitui surpresa, as grandes dificuldades na passagem da mensagem.

No final foi a própria autora que tomou a palavra essencialmente para agradecer a presença de todos mas, sobretudo, a colaboração dos cerca de 30 (trinta) jornalistas e militares que permitiram que esta importante obra se constitua como um valioso contributo dado por quem “efectivamente viveu a Guerra Colonial”, esta relação Jornalismo/Militares e testemunhou as disparidades entre a realidade e o que de forma propositadamente errada, por intervenção directa do “Estado Novo”, se fazia chegar às populações.

É, segundo a autora, ainda assim, um “documento imperfeito” e que pretende em termos de investigação futura e recolha de muita informação adicional, tornar cada vez mais completo.

No final da cerimónia a AOFA teve oportunidade de adquirir o livro e solicitar à autora que o autografasse, tendo sido esta pretensão amavelmente prosseguida e estando agora na posse da AOFA um exemplar que, além de autografado, tem dedicatória especial à nossa Associação. Este exemplar fará parte, com orgulho o referimos, da Biblioteca que temos em fase de construção.

Houve ainda a feliz oportunidade, quer por parte do Tenente-Coronel António Costa Mota quer do Coronel José Gonçalves Novo, de trocar diversas impressões não só com muitos dos Militares presentes, mas igualmente com alguns jornalistas

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