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AOFA presente no Congresso Nacional da APRE, cujo tema foi “O futuro não tem idade”

A convite da Direcção da APRe (Aposentados, Pensionistas e Reformados), a AOFA fez-se representar neste Congresso pelo seu Presidente, Tenente-Coronel António Costa Mota. Sob o tema “O futuro não tem idade”, o Congresso foi composto por 4 Painéis temáticos, todos eles extremamente interessantes, tendo presidido à sessão de encerramento Sua Excelência o Presidente da República.

A Conferência Nacional da APRe! “O Futuro Não Tem Idade”, realizada no ISCTE (Anfiteatro J.J. Laginha), em Lisboa, traduziu-se como um acontecimento assinalável, quer pelo interesse que suscitou, quer pela qualidade e variedade das comunicações, quer pela excelência dos oradores, quer ainda pela participação do Presidente da República na sessão de encerramento.

A Conferência iniciou-se com as boas-vindas dadas pelo Vice-Presidente e pela intervenção de Vitor Ferreira, elemento da Direcção.

O primeiro painel, “O Sistema de Pensões Português – perguntas por responder” foi dinamizado pelo membro da Direcção, António Lopes Dias e teve como oradores os Drs. Eugénio Rosa e Pedro Adão e Silva. Sendo dois conhecidos intervenientes sobre a temática da sustentabilidade da segurança social, convergiram em muitas das suas mensagens, devendo salientar alguns pontos: para que a Segurança Social seja sustentável, de acordo com o modelo actual, é necessário garantir o crescimento económico e o emprego, recuperar o dinheiro já declarado à Segurança Social e não pago e lutar contra a evasão e fraude fiscais (Eugénio Rosa).

Pedro Adão e Silva destacou os mitos que existem na sociedade portuguesa, sobre a Segurança Social, considerando que não passam de ideias feitas e que constituem uma obstáculo impeditivo de uma discussão aberta. Há que combater esses mitos, como, por exemplo, o mito do determinismo demográfico, minimizado pela produtividade que tem vindo a aumentar e que é um indicador importante a ter em conta. Ambos defendem a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social.

No segundo painel, moderado por Dores Ribeiro, elemento da Direcção da Apre!, tivemos dois olhares sobre o envelhecimento através da Dra. Maria Joaquina Madeira e da Dra. Maria de Lurdes Quaresma: o tempo e o direito de envelhecer, o percurso que marca a construção dos direitos sociais e humanos é o traço que une as diferentes gerações face ao futuro. Maria Joaquina Madeira referiu-se ao preconceito que há sobre os idosos, tendo feito um repto à APRe! para um estudo sobre o valor social dos idosos e o seu contributo para a preservação da sociedade portuguesa. Defendeu a criação de um parlamento sénior. Maria de Lurdes Quaresma referiu-se ao dever que temos de exprimir o nosso olhar sobre a sociedade tendo feito referências às questões intergeracionais e propondo uma política activa de envelhecimento.

Antecedendo o 3º painel, foi feita por Fernando Martins, vice-presidente da APRe!, a apresentação de Ebbe Johansen, vice-presidente da AGE-Platform que fez uma comunicação sobre a AGE e a sua representatividade na Europa.

O 3º painel foi moderado por Ângela Dias da Silva e teve como oradores a Dra. Ana Paula Gil e o Dr. Rui Brites. A primeira oradora falou sobre a violência sobre os idosos, tendo apresentado os resultados do estudo que realizou “Envelhecimento e Violência”. A violência contra as pessoas idosas, enquanto fenómeno emergente no actual cenário do envelhecimento demográfico, tem vindo a ganhar visibilidade crescente tanto a nível internacional como nacional. Conhecer as condições de ocorrência e os factores de risco associados é o primeiro passo para a definição de uma estratégia de intervenção pública. Entre os principais resultados do estudo, destacam-se as (a) estimativas do número de pessoas que em Portugal são vítimas de alguma forma de violência (física, psicológica, financeira, sexual e negligência) em contexto familiar; (b) a tipificação dos grupos mais vulneráveis face à violência; (c) caracterizar o perfil dos agressores e alguns factores associados (isolamento, problemas de saúde mental, alcoolismo, dependência económica, entre outros); (d) as razões evocadas pelas vítimas para não denunciar ou apresentar queixa e (e) a trajetória que as vítimas fazem na rede institucional.

A intervenção de Rui Brites sobre a “Felicidade e Qualidade de vida dos Idosos”, debruçou-se sobre a busca ancestral da “fonte da eterna juventude” que teve sempre subjacente a ideia de contrariar o tempo vivido e tornar a juventude eterna. Mas como nunca passou disso – uma busca – uma vez que não podemos contrariar o envelhecimento, evitemos ser velhos, pois envelhecer é um privilégio e a alternativa não é algo que se recomende. O “segredo” da felicidade consiste em morrer jovem… o mais tarde possível.

O 4º painel, moderado por Maria do Rosário Gama, teve como oradores a Prof. Dra. Maria João Rodrigues e o Dr. Rui Tavares. A primeira referiu-se à crise da Europa responsável por um crescimento anémico e dificultadora da adesão dos cidadãos em torno de um mesmo projecto, defendeu que devemos exigir à Alemanha solidariedade no plano económico, do mesmo modo que a Alemanha nos exige solidariedade no acolhimento dos refugiados e comunicou o seu projecto de elaboração de um relatório sobre o pilar dos direitos sociais fundamentais.

Rui Tavares, relativamente ao futuro que nos espera, referiu-se à questão ambiental, às novas tecnologias e ao impacto que podem vir a ter na área da saúde ou, ainda por exemplo, de problemas relacionados com a futura escassez do trabalho resultantes de uma futura automação de meios de transporte. Falou dos Direitos Humanos e na indefinição política de alguns países, nomeadamente europeus, entre a democracia e o fascismo.

No início da sessão de encerramento, os coros da APRe! de Coimbra e do Porto cantaram, pela primeira vez em conjunto, o “Acordai” de Lopes Graça, sob a direcção da Maestrina Susana Teixeira. Foi um momento muito especial, nesta Conferência, quer pelo simbolismo da peça musical, que apela a um alerta constante, quer pela unidade destes dois coros que ensaiam a 100 Km de distância.

Finalmente, a sessão de encerramento contou com a presença do Presidente da República que se afirmou defensor da Constituição e, como tal, defensor dos direitos dos cidadãos. Incentivou à mobilização dos reformados, tendo por mais do que uma vez usado a expressão “não desmobilizem”. Realçou a importância de movimentos cívicos uma vez que a vida política não se esgota nos partidos nem nos tradicionais movimentos sindicais.

O Presidente da AOFA teve a oportunidade de, quer antes quer após o Congresso, conversar com a Presidente da APRe, Drª Rosário Gama, trocando impressões sobre diversos problemas que afectam ambos os universos de Reformados que representam, designadamente algumas das questões relacionadas com o presente e o futuro dos subsistemas de apoio na doença (ADM e ADSE), tendo uma vez mais acordado no reforço de troca de informação permanente entre ambas as Associações, na linha de reforço dos laços institucionais que nos unem há já cerca de 3 anos.

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