O que os militares perdem nas remunerações em 2012
Por vezes não temos bem a percepção do que os militares vão perder nas suas remunerações durante o ano de 2012: desde os 28,92% dos Chefes dos Estados-Maiores, até aos 9,02% dos 2º Grumetes/Soldados, as perdas são de montantes consideráveis e põem em risco os já de si delicados equilíbrios familiares num quadro social em que muitos cônjuges, ainda por cima, se encontram desempregados.
Todos temos sentido o peso das medidas de austeridade a que vimos estando sujeitos, num quadro de cada vez mais acentuada falta de equidade.
Com efeito, não podendo ignorar a sentida injustiça dos sacrifícios, destinados a resolver problemas de que o comum dos cidadãos não consegue assumir qualquer culpa, como se não bastasse o facto de eles recaírem de forma muito mais penalizadora sobre os militares, os elementos das Forças de Segurança e os funcionários públicos, aos poucos, os que trabalham nas empresas públicas começam a ser libertados das medidas de austeridade.
Com a isenção dos trabalhadores da TAP ficámos a saber que, afinal, para além dos que exercem funções no Banco de Portugal, também os profissionais da Caixa Geral de Depósitos já tinham sido retirados de uma parte substancial desses sacrifícios.
Faltava-nos, entretanto, ter uma visão de conjunto do que, em termos objectivamente quantificáveis vai acontecendo a todos os militares, cujo resultado faz com que, genericamente, cada militar tenha visto a sua remuneração depreciada ao ponto de corresponder a valores auferidos por 2 (dois) postos atrás, se nos reportarmos a 2010.
Sem esquecer que, para além do que pode ser quantificado de forma objectiva, se verificou ainda a incidência da taxa extraordinária em 2011 (cerca de 50% do Subsídio de Natal), o agravamento dos descontos em sede de IRS com o fim de alguns benefícios fiscais e limitação de outros, o aumento dos encargos com a saúde (tx moderadora e agravamento das comparticipações), o aumento do IVA, etc.
Considerando ainda que, paralelamente, estamos sujeitos ao congelamento das promoções (que se veio juntar às terríveis dificuldades nos fluxos de carreira de muitos Quadros Especiais, com realce para o Ramo Exército) e, para 4.000 militares, à regressão remuneratória, o mapa comparativo que hoje trazemos ao conhecimento de quem lê a nossa página, dá um retrato global das gravosas medidas que o Governo fez incidir sobre as remunerações dos militares.